O Núcleo de Capoeira Angola Pastiniana da Escola Transdisciplinar Aú Capoeira, é dirigido pela instrutora Serena (Paola Vicenzi Franco), sob coordenação de mestre Pop, e tem o intuito de valorizar e disseminar a prática da capoeira de acordo com os valores e fundamentos difundidos por mestre Pastinha - a chamada “angola tradicional”.
Na prática o
trabalho é realizado nos bairros Areias do Campeche e Campeche (Ambos no sul da
Ilha), voltado para crianças, jovens e adultos. Porém o Núcleo não é somente um
espaço físico da capoeira angola, mas sim um espaço de difusão desta cultura
dentro da escola Aú, ou seja, nos demais núcleos de capoeira existentes (VER
PÁGINA ASIETAC) e também fora da escola, através das redes sociais, sítios de
internet e demais meios de comunicação existentes.
Discípula de mestre Pop, Serena tem treze anos de prática de capoeira. Aprendeu esta arte no Grupo de Capoeira Angola Mãe (mestre Sapo) e deu continuidade à seu aprendizado com contramestre Adão do Grupo de Capoeira Angola Palmares (Mestre Nô), onde permaneceu por cinco anos. Há seis anos entrou para a Escola Transdisciplinar Aú Capoeira, onde leciona capoeira desde 2009.
Atualmente, além de diretora do Núcleo de Capoeira
Angola “Tradicional” da ASIETAC – Associação Internacional Transdisciplinar Aú
Capoeira-, Serena exerce os cargos de 1ª Secretária e Diretora de Pesquisa
Histórica e Patrimonial da Capoeira, tendo seu trabalho voltado ao estudo das
diversas vertentes de capoeira instituídas ao longo da história.
"A
capoeira é uma das atividades mais completas existentes em todo o mundo, pois
desenvolve o corpo, o intelecto, a mente, dosa o medo e a coragem. Ela é
cidadania, pois reflete a história de nosso país e a luta e resistência de nosso povo, em especial o povo negro. É
esporte, cultura, música, ritmo, brincadeira, dança, luta e jogo. Jogo de
alegria, de descontração, um diálogo de corpos.
A capoeira
na sua prática deve ser um meio, e não um fim, e por isso ha espaço para todos:
crianças, jovens, velhos, adultos, homens ou mulheres. Todos podem aprender, e
levar a vida com mais leveza, audácia, atitude e perspicácia”.
Serena
Capoeira
Se
aprofundando mais...
Serena faz
parte da Escola Transdisciplinar Aú Capoeira desde 2008, porém iniciou a
prática da capoeira em 2001, dentro do universo da capoeira angola “tradicional”.
Natural de Florianópolis/ SC, Serena navega no
mundo da capoeira desde a adolescência. Seu primeiro contato com a capoeira se
deu em 1995 com o professor Galo, do Grupo de Capoeira Angola Palmares (de
mestre Nô), quando ainda tinha 11 anos, porém ali permaneceu apenas alguns
meses. Dois anos depois, passa a
freqüentar todos os domingos as rodas do contramestre Lagartixa, do Grupo
Capoeira Angola Mãe (mestre Sapo), que ocorriam na Escolinha da Lagoa do Peri,
no Sul da Ilha de Santa Catarina. Freqüentava a roda como admiradora e
coadjuvante, tocando alguns instrumentos e cantando o coro.
Embora não fosse aluna matriculada na capoeira, o
contato direto e permanente com as rodas e capoeiristas do grupo, a fez criar
uma forte relação e identidade com a capoeira da vertente “tradicional” de
mestre Pastinha. Em 2001, Serena chega a iniciar na prática da capoeira naquele
local, porém por razões pessoais teve de se afastar.
É neste contexto, no intuito de não parar de
treinar, que ela passa a fazer aulas com o contra mestre Adão, e entra para o
Grupo Capoeira Angola Palmares. É ali nas aulas do Adão, no SESC da Prainha,
que ela desperta para outra vertente de capoeira, também chamada de angola,
porém com suas diferenças (vertente a que mestre Pop nomeou de capoeira angola “do
meio”). Ali Serena passa a sentir o amor pela capoeira enquanto cultura de
resistência afro brasileira, onde a presença da cultura dos negros e ancestrais
da capoeira se faz bastante presente. Passa também a conhecer na prática outras
manifestações desta cultura como o maculelê, o samba de roda e a puxada de
rede.
Permanece no grupo Palmares por quatro anos (de
2001 a 2005), porém mais uma vez o tempo e os estudos a obrigam a se afastar
(fisicamente) da capoeira por cerca de dois anos. Neste período continuou freqüentando
algumas rodas de capoeira angola “tradicional” e “do meio”, e treinou eventualmente
em alguns espaços quando possível. Sua cabeça e coração, porém, mantiveram-se
unidos à capoeira permanentemente.
Em 2007 então, retorna aos treinos no Grupo
Capoeira Angola Mãe. Neste período - um ano - se reaproxima e aprofunda-se
bastante na prática da capoeira angola da linhagem de mestre Pastinha, através
de dois alunos de mestre Sapo e contramestre Lagartixa: Jeoh e Osmar.
Finalmente, é em fins de 2007, que Serena conhece
pessoalmente mestre Pop, onde passa a ter um convívio diário com o mestre e
ganha seu apelido: Serena. Já o conhecia por seu nome, porém não as suas idéias
e proposta de capoeira inovadora, que a chamou atenção. Após muitas conversas e
admiração na sua maneira de ver e interpretar a capoeira, decidiu seguir o
mestre e então no ano de 2008 deixa a Capoeira Angola Mãe e entra para a Escola
Aú Capoeira.
É através de mestre Pop e da Escola Aú Capoeira, que
Serena passa a pôr em prática a filosofia de praticar a capoeira em sua
pluralidade, conhecendo e respeitando as diversas vertentes e maneiras de jogar
e interpretar a capoeira, adotadas ao longo dos tempos. Passa a conhecer
também, a vertente de capoeira contemporânea, que até então não havia praticado.
É neste período também, a partir de janeiro de 2010, que passa a realizar um
trabalho com crianças de seis a dose anos, junto a mestre Pop no Núcleo Areias
do Campeche, sul da Ilha de Santa Catarina.
Historiadora formada pela Universidade Federal de
Santa Catarina, Serena fez seu trabalho de conclusão de curso sobre a capoeira
angola da escola “pastiniana”. Dentro da proposta pedagógica da ASIETAC
escolheu por focar no ensino desta vertente de mestre Pastinha, por valorizar e
compreender a importante contribuição que este grande mestre legou à capoeira,
bem como devido a sua grande afinidade e identidade com este universo.
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